A complexidade do se

E ele ia embora mais uma vez. E claro que ela poderia deixá-lo partir, esquecer de todos os seus beijos, deixar que o tempo fizesse o que tivesse de ser feito e que o destino a guiaria. Ela poderia fazer isso tudo. Se ela não o amasse tanto, se não sentisse o seu coração palpitando a cada toque do seu corpo.
E ele poderia deixá-la. Ficar longe de todas as angustias, de todos os toques e da mulher que um dia pôde chamar de sua. Se ele não tivesse o desejo de sair a correr  e beijá-la como sempre fez, se não amasse aquela mulher mais que sua própria vida.
É óbvio que os dois poderiam ficar longe um do outro, esquecer, deixar estar. Se a cada momento que se olhassem não tivessem vontade de se abraçar.
Sem pensar, ele olha para trás sabendo que essa seria a ultima vez. Quem sabe isso seria verdade em outro caso, que não fosse esse. Sabiam eles muito bem que bastava uma troca de olhares para que ficassem juntos, foi o que aconteceu. Eles abraçaram-se sabendo que este era o início de um novo começo, eles permaneceriam unidos. Desta vez para sempre.